segunda-feira, 2 de março de 2009

Fuga

Fugir deste mundo confuso, revoltado, magoado.
Sair sem destino e esquecer os gritos e gemidos
Dos rostos frios e corações feridos,
Deste mundo de espírito rasgado.

Quero fugir.
Libertar-me dos prazos, das cobranças
Esquecer todas as dores e lembranças
Quero sorrir.

Fecho os olhos e desato a correr
Perco o ar, tropeço num precalço.
Grito. E enquanto caio nesse espaço
Agarra-me uma mão a ferver.

No escuro oiço um coração bater,
Sem gritos, sem choros, apenas um coração
De repente desisto de fugir, desisto de correr.